Tradutor

domingo, 28 de agosto de 2011

Messi um jogador de outra galáxia?


A vitória do Barça, foi uma vitória de pormenores e de quem em segundos consegue decidir e ser rápido e directo à baliza.

Na perda de bola, sim perda porque Guarim ou receber a bola rodopia sobre si mesmo, mostrando toda a indecisão do mundo, sendo rapidamente pressionado por um jogador do Barça, quando mais 2 já se encontravam perto e a cortar as linhas de passe, foi lento a decidir, e faz o passe para a única direcção que ainda se encontrava em aberto. Atrasa a bola para a defesa sem verificar que Sapanuru já se encaminhava para abrir a posição para a linha, dando de bandeja a bola a Messi. Este nem sequer levantou a cabeça ou desviou o olhar para a linha lateral a verificar se estava ou não em fora de jogo. Fez aquilo que sabe fazer, apanhou a bola, ganhou balanço e partiu que nem um foguete para a baliza adversária, encarando Helton em velocidade, pregando-lhe um passe de tango, como um verdadeiro dançarino faz ao seu par, deixando-o pregado ao chão, e empurra a bola para a baliza deserta.

Reparem nas imagens deste lance, e verifiquem o tempo de reacção de Messi e dos restantes defesas do FCPorto ou mesmo de Guarim que ficou paralisado e estupefacto, a contemplar o desenvolvimento da jogada. Inacreditável. Messi não se importa com mais nada, pega na bola, parte para cima dos adversários tendo em mente um único objectivo; colocar a bola na baliza adversária.

Fintar os obstáculos é uma mera formalidade para o seu objectivo final. Não perde tempo com passes sobre a bola, chamada bicicleta ou outro tipo de fintas que o atrasem na alcançar do seu objectivo. Em segundos decide o que fazer, abrindo linhas de passes, arrastando consigo as defesas adversárias, ou partindo os rins aos mesmos, mas sempre em progressão com a bola bem escondida pelo seu corpo e em linha recta pelo caminho mais curto para a baliza.

Por isso as declarações do seu companheiro de equipa Dani Alves, no final do desafio. “Nos momentos mais difíceis, sabemos manter a calma. No final nós temos Messi, e as outras equipas não”. Neste jogo como em muitos outros do Barcelona, nestes últimos 4 anos, Messi fez mesmo a diferença.

Bem esteve Vítor Pereira, por não colocar ninguém marcar directamente o jogador, pois era isso que o Barcelona esperava, mas sim a equipa como um todo a contrariar esta “maneira” de jogar de Messi. Por isso, a quantidade de foras de jogo que o FCPorto retirou ao ataque do Barcelona. O problema, é que no tempo em que o Barcelona levou a reconhecer e perceber como jogava o FCP, primeiros 20 minutos, não houvesse nenhum jogador do FCPorto que fizesse o que Messi e companhia fazem. Partir rápido para a baliza adversária e pelo caminho mais directo e curto, sem se deter em fitas e simulações, que nada trazem para o resultado final.

No fim da primeira parte, o FCPorto teve um lance parecido ao que deu o primeiro golo do Barça, e o que fez o jogador que recebeu a bola? Parou, rodopiou sobre si mesmo esperando que Hulk pega-se na bola e fizesse a tabelinha com ele…Esqueceu-se que enquanto espera pela chegada do seu colega, também chegaram os 2 ou 3 adversários, que o pressionaram e roubaram a bola, gorando assim uma bela oportunidade de golo à sua própria equipa.

A nível em que se disputam estes desafios, tudo tem que estar no limite. Não basta ter uma equipa muito bem preparada, fisicamente e tacticamente. É preciso ter inteligência, capacidade psicológica e concentração acima da média, para decidir em segundos ou milésimos de segundos, a jogada de golo.

Isto é o topo do futebol. Nesse pódio só lá estão 3 ou 4 equipas, ficando o FCPorto muito perto de conseguir destronar este monstro do futebol, que é o Barcelona, como nº 1 mundial.

Como complemento dos pormenores, vejam o que fez no reatamento da segunda parte do jogo o capitão do Barcelona Xavi, ao jogador do FCPorto, Hulk. Procurando diminuir os níveis de concentração do seu adversário Xavi, colocou-se em amena cavaqueira com Hulk, não se coibindo de lhe dar um abraço ao passar a mão pelas costas do mesmo, com sorrisos esgalhados no meio da conversa. Ele sabia que o perigo da equipa adversária vinha daquele jogador em causa, por isso a desconcentração do adversário é mais um ponto de vantagem para a nossa equipa.

São pormenor que para se chegar ao topo, qualquer equipa os deve trabalhar até à exaustão. Se tiverem dúvidas leiam como se realizam os treinos no Barcelona, e como eles chegaram a este nível de brilhantismo nos seu “tic-tac”… Como dizia um Mestre do Futebol Português ( José Maria Pedroto ) …”só existe uma bola em campo, e vence quem a tiver em seu poder e saber o que fazer com ela”.

Foi um jogo amplamente discutido com sorte nos pormenores e em segundos, pois Messi e Valdez decidiram bem, quando no lado contrário, Guarim, Kléber e Hulk, bem como o árbitro do encontro, decidiram mal pela lentidão e erro que emprestaram às suas decisões.

Azar do FCPorto, pois quanto Djalma se preparava para entrar e esticar o jogo tirando partido das dificuldades que Dani Alves já apresentava, Fucile chega ao banco mostrando que estava com dificuldades físicas com problemas na virilha. Entrou Varela sem rapidez, mas com a missão de ajudar a defender, retirando capacidade ofensiva ao FCPorto.

Nunca uma equipa esteve tão perto de derrotar este Barcelona, como esteve o FCPorto, na última 6ª feira. Por isso compreendo e muito os amargos de boca e as reclamações dos seus adeptos. A continuar assim, é melhor P. da Costa, reforçar a cláusula de rescisão de Vítor Pereira de 18 para 40 milhões, e já agora comprar um ponta de lança rápido nos últimos 15 metros.

Sem comentários:

Enviar um comentário