Mourinho quase conseguiu o impossível, recuperou
dois golos de desvantagem e colocou o apuramento à distância só de um golo, mas
foi o Barcelona a passar às meias-finais com um empate (2-2).
O Real Madrid apresentou-se diferente, de peito
aberto, na missão mais difícil que tinha esta época: entrar Camp Nou e sair de
lá, do palco de todos os pesadelos de Mourinho (é o estádio do mundo onde jogou
mais vezes fora e nessas nove vezes nunca ganhou), com a reviravolta na
eliminatória depois da derrota no Bernabéu na primeira mão (1-2) dos
quartos-de-final da Taça. E esteve perto de o conseguir. Recuperou dois golos de
desvantagem, mas não foi suficiente e o empate (2-2) qualificou o Barcelona e
eliminou os blancos.
Desta vez, Mourinho não fez invenções. Sem
adaptações, vestiu um figurino que não envergonhou o Real, ao contrário do que
aconteceu no primeiro jogo, quando colocou Altintop na defesa e Pepe no
meio-campo, andando atrás da bola que o adversário roubou. Ontem, voltaram todos
às suas posições de origem. Com isso a equipa soltou-se perante o seu maior
inimigo — em dez jogos, com o de ontem, venceram apenas um. O Barcelona, esse,
jogou como sempre, desde que Guardiola chegou ao banco em 2008.
Higuaín podia ter marcado aos 10 segundos de jogo
— e depois Cristiano Ronaldo ou Ozil, este último atirou à barra.
Pepe jogou mesmo, depois das dúvidas que caíram
sobre a sua utilização devido ao pisão sobre Messi, e foi um dos melhores em
campo. Ronaldo até marcou um golo e Messi ficou em branco. Mas isto tudo… não
chegou.
Golo de Ronaldo
À falta de eficácia de um melhor Real no primeiro
tempo, respondeu o Barça. Com dois golos. Primeiro, uma jogada monumental de
Messi a isolar Pedro (que entrara a substituir o lesionado Iniesta) e este bateu
Casillas (43’); dois minutos depois Alves, com um remate de longe, fez o 2-0. O
jogo e a eliminatória pareciam estar entregues.
Mas o Real não desistiu e calou o Camp Nou. O golo
de Ronaldo (68’), após assistência de Ozil (fintou Pinto e atirou para a baliza
deserta), abriu o coração dos merengues. Quatro minutos depois, Benzema empatou
e o sonho do Real ficava apenas a um golo de distância.
Não chegou. Esse golo nunca apareceu, ao contrário
dos cartões e das expulsões. Desta vez, foi Sergio Ramos — oito das últimas 9
expulsões nos clássicos foram de jogadores do Real. Mourinho e Pepe, os mais
odiados, fazendo lembrar aquele 23 de Novembro de 2002 quando Figo regressou a
Camp Nou com a camisola blanca, saíram derrotados mas sem vergonha do que
fizeram, ao contrário de há uma semana na sua própria casa, em que se “sujaram
para nada”.
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