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sábado, 21 de janeiro de 2012

Barcelona, e o poder do buda Pepe Guardiola.


Mais uma vez nesta quarta-feira passada, a realidade demonstrou que este Barcelona é muito mais forte que o atual Real Madrid de Mourinho. Mas será que é só em termos futebolísticos?

Contudo, já no campeonato, a situação é muito diversa desta eliminatória da copa, ou dos jogos entre estas duas equipas, pois o Real Madrid controla o mesmo, com uma mão de ferro, e não dando sinais de qualquer tipo de descanso, perante os 5 pontos de vantagem que leva sobre o Barcelona.

Sabendo disso, e numa tentativa de serenar as suas tropas e melhor prepara-las psicologicamente para a adversidade que se avizinha, Guardiola pediu aos seus jogadores para se esquecerem do segundo jogo desta eliminatória da Taça do Rei, a disputar em Camp Nou na próxima quarta-feira, e concentrarem-se ao máximo na disputa do jogo entre o Barcelona e o Málaga. A margem de erro é mínima.

Para marcar claramente este seu pedido, Pepe Guardiola concedeu ontem aos seus jogadores um dia de folga extra, fugindo assim aos hábitos normais do Barcelona.

Para demonstrar que a eliminatória ainda está em aberto, e que leva muito a sério a capacidade que este Real Madrid vem demonstrado, Guardiola decidiu que o Barcelona viajaria para Málaga mais cedo, afim de também ser possível a equipa retornar a Camp Nou no fim do jogo a disputar com o Málaga, em vez de o fazer no dia seguinte. Isto para permitir que a preparação do jogo frente ao Real Madrid, seja iniciada pela manhã de segunda-feira, em vez de o ser na terça-feira. A calma e a ponderação, impera em todos os sentidos, no estilo de Pepe Guardiola.

Guardiola, apesar de ter à sua disposição uma equipa de jogadores fantásticos, que executam todas as vertentes do jogo, como uma afinada orquestra sinfónica na execução das melhores óperas mundiais, não se desleixa, nem se esquece que é na organização e método sobre os mais pormenores e detalhes, que as equipas normalmente vencedoras, se tornam imbatíveis e únicas.

Nos fantásticos dias que atualmente disfrutamos, em que quase tudo está descoberto e se encontra à nossa disposição à simples distância de um clik, a diferença afirma-se por aqueles que sabem que é no trabalhar dos pequeníssimos pormenores, que o todo das suas equipas, farão a diferença para os seus adversários.

Por isso, aquele passe milimétrico de Messi, que num minuto ou segundo, desmoronaram por completo a muralha aguerrida e defensiva do Real Madrid, na última quarta-feira.

O poder de concentração deste Barcelona, é a sua enorme vantagem sobre os seus diretos adversários, pois durante os 90 minutos de jogo, poucos ou nenhuns momentos de desconcentração existem. Mais do que saber jogar a bola, os jogadores do Barcelona revelam acima de tudo, como indivíduos e por conseguinte como equipa, uma capacidade enorme de controlo emocional, mantendo a cabeça fria, perante as ocorrências do jogo, para que a defesa da sua equipa não abra brechas. Veja-se o caso do golo do Real Madrid, protagonizado por Ronaldo:

Com outra equipa, aquele golo que Ronaldo marcou a Pinto pelo meio das pernas, despoletaria uma sequência de situações anímicas e psicológicas, com os consequentes erros, em que desde o guarda-redes aos seus centrais, a angústia e o nervoso miudinho pela vergonha passada, seriam suficientes para se esquecerem das ações que deveriam executar como equipa durante os 90 minutos, e passariam a pensar como se resgatar individualmente pela humilhação sofrida.

As ações individuais de alguns jogadores do Real Madrid, no último jogo da quarta-feira passada como por exemplo, Pepe e Coentrão, são reveladoras da falta de capacidade mental e psicológica que alguns exibem para aguentarem a enorme pressão de jogar contra este Barcelona que joga concentrado os noventa minutos de jogo, e que quando abre brechas rapidamente se recompõem, e com calma e muita serenidade se impõem perante os adversários.

Estes jogadores do Barcelona, para além de serem grandes futebolistas e acreditarem cegamente nas suas capacidades, exibem uma estaleca psicológica mais consentânea para a prática de partidas de Xadrez ou de Póquer, em que através do bluff, dizimam tudo e todos, como os grandes mestres mundiais que percorrem os maiores casinos do mundo. Sintomático.

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