Mais uma vez nesta quarta-feira
passada, a realidade demonstrou que este Barcelona é muito mais forte que o
atual Real Madrid de Mourinho. Mas será que é só em termos futebolísticos?
Contudo, já no campeonato, a
situação é muito diversa desta eliminatória da copa, ou dos jogos entre estas
duas equipas, pois o Real Madrid controla o mesmo, com uma mão de ferro, e não
dando sinais de qualquer tipo de descanso, perante os 5 pontos de vantagem que
leva sobre o Barcelona.
Sabendo disso, e numa
tentativa de serenar as suas tropas e melhor prepara-las psicologicamente para
a adversidade que se avizinha, Guardiola pediu aos seus jogadores para se
esquecerem do segundo jogo desta eliminatória da Taça do Rei, a disputar em
Camp Nou na próxima quarta-feira, e concentrarem-se ao máximo na disputa do
jogo entre o Barcelona e o Málaga. A margem de erro é mínima.
Para marcar claramente este seu pedido, Pepe
Guardiola concedeu ontem aos seus jogadores um dia de folga extra, fugindo assim
aos hábitos normais do Barcelona.
Para demonstrar que a
eliminatória ainda está em aberto, e que leva muito a sério a capacidade que
este Real Madrid vem demonstrado, Guardiola decidiu que o Barcelona viajaria
para Málaga mais cedo, afim de também ser possível a equipa retornar a Camp Nou
no fim do jogo a disputar com o Málaga, em vez de o fazer no dia seguinte. Isto
para permitir que a preparação do jogo frente ao Real Madrid, seja iniciada
pela manhã de segunda-feira, em vez de o ser na terça-feira. A calma e a
ponderação, impera em todos os sentidos, no estilo de Pepe Guardiola.
Guardiola, apesar de ter à
sua disposição uma equipa de jogadores fantásticos, que executam todas as
vertentes do jogo, como uma afinada orquestra sinfónica na execução das melhores
óperas mundiais, não se desleixa, nem se esquece que é na organização e método
sobre os mais pormenores e detalhes, que as equipas normalmente vencedoras, se
tornam imbatíveis e únicas.
Nos fantásticos dias que atualmente
disfrutamos, em que quase tudo está descoberto e se encontra à nossa disposição
à simples distância de um clik, a diferença afirma-se por aqueles que sabem que
é no trabalhar dos pequeníssimos pormenores, que o todo das suas equipas, farão
a diferença para os seus adversários.
Por isso, aquele passe
milimétrico de Messi, que num minuto ou segundo, desmoronaram por completo a
muralha aguerrida e defensiva do Real Madrid, na última quarta-feira.
O poder de concentração
deste Barcelona, é a sua enorme vantagem sobre os seus diretos adversários,
pois durante os 90 minutos de jogo, poucos ou nenhuns momentos de
desconcentração existem. Mais do que saber jogar a bola, os jogadores do
Barcelona revelam acima de tudo, como indivíduos e por conseguinte como equipa,
uma capacidade enorme de controlo emocional, mantendo a cabeça fria, perante as
ocorrências do jogo, para que a defesa da sua equipa não abra brechas. Veja-se
o caso do golo do Real Madrid, protagonizado por Ronaldo:
Com outra equipa, aquele
golo que Ronaldo marcou a Pinto pelo meio das pernas, despoletaria uma
sequência de situações anímicas e psicológicas, com os consequentes erros, em
que desde o guarda-redes aos seus centrais, a angústia e o nervoso miudinho
pela vergonha passada, seriam suficientes para se esquecerem das ações que
deveriam executar como equipa durante os 90 minutos, e passariam a pensar como
se resgatar individualmente pela humilhação sofrida.
As ações individuais de alguns
jogadores do Real Madrid, no último jogo da quarta-feira passada como por
exemplo, Pepe e Coentrão, são reveladoras da falta de capacidade mental e psicológica
que alguns exibem para aguentarem a enorme pressão de jogar contra este Barcelona
que joga concentrado os noventa minutos de jogo, e que quando abre brechas rapidamente
se recompõem, e com calma e muita serenidade se impõem perante os adversários.
Estes jogadores do
Barcelona, para além de serem grandes futebolistas e acreditarem cegamente nas
suas capacidades, exibem uma estaleca psicológica mais consentânea para a
prática de partidas de Xadrez ou de Póquer, em que através do bluff, dizimam
tudo e todos, como os grandes mestres mundiais que percorrem os maiores casinos
do mundo. Sintomático.
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