Na última temporada em que Frank Rijkaard estava no comando do
Barcelona, o mesmo acabou em 3º na La Liga, a 18 pontos atrás do Real Madrid.
Neste campeonato, que o Barça perdeu drasticamente para o seu rival histórico,
ainda lhes aconteceu terem que sofrer a humilhação pública de serem a guarda de
honra do título do Real Madrid, porque o clássico com os blancos, aconteceu na
semana seguinte à conquista do título de campeões da Liga Espanhola, pelo Real Madrid.
Perante esta humilhação, o sino tocou a rebate para os
blaugrana. Tinha chegado “a hora da mudança”, conforme afirmou o antigo jogador
do Barcelona Rafa Marquez.
Quando o ex jogador do meio campo do Barcelona, Guardiola
foi escolhido como sucessor de Rijkaard, muitos demonstraram o seu medo e
desagrado, pela nomeação.
Claro que Guardiola tinha sido muito bem-sucedido com a
equipa B, mas ele não tinha experiência nenhuma na 1º liga, nem a nível
Europeu. A imprensa catalã, foi suspirando e clamando por um treinador de
renome mundial, mais precisamente por José Mourinho.
Ainda mais aflitos ficaram, quando Guardiola perdeu e empatou
os seus dois primeiros jogos do campeonato, fazendo a pressão sobre a sua valia
técnica, subir a níveis complicados.
Contudo, no meio do desnorte e falta de crença nas
capacidades de Guardiola, outros havia que acreditavam cegamente no novo
treinador, como Xavi que afirmou ao World Soccer; “ Pep é incrível. Quando o contrataram eu disse; Madre mia, vamos voar. Ele
é viciado no trabalho. Ele é um perfeccionista. Ele exige muito de si mesmo. A
pressão que ele coloca sobre si mesmo, é contagiante ao grupo de trabalho”.
A tudo isto, Guardiola mostrou uma resistência superior, ao
obrigar Deco, Ronaldinho e Samuel Eto´o, a serem possivelmente excluídos do
grupo de trabalho.
Ele mudou a abordagem que os jogadores faziam aos treinos
diários, levando Iniesta e Xavi a afirmar, que nunca tinham visto sessões de
trabalho tão intensas e exigentes.
Para além do intenso trabalho, Guardiola, exige uma
disciplina cerrada. Na recente biografia de Zlatan Ibrahimovic, este toca neste
ponto, com a seguinte afirmação; “ Os
jogadores do Barça formam uma seita, com uma fé cega e sem limites no seu
treinador, tipo meninos do colégio, que executam plenamente o que o professor
lhes pede”.
A esta afirmação, Guardiola respondeu com um lacónico; “Tomo
isso como um elogio”.
Como treinador, Guardiola aplicou no Barcelona, novos
conceitos no posicionamento, na inteligência e no movimento dos seus jogadores.
Taticamente a sua análise é contundente e precisa. Antes de cada jogo,
Guardiola tranca-se num pequeno escritório meio escuro, devorando todos os vídeos
dos seus adversários, e rivais. Durante esse estudo, há um momento, em que ele
afirma “quando eu só sei.”
A evidência sugere em grande parte, que Guardiola realmente o
sabe.
Pepe Guardiola sempre reconheceu, que para além do estilo, da identidade
e dos aplausos, pela maneira de jogar deste Barcelona, a mesma também tem que
vencer. Pois conforme Guardiola não se cansa de o afirmar, caso a equipa não
vença, os elogios à beleza sobre o futebol praticado rapidamente terminariam, e
a guerra e a confusão no clube, rapidamente começariam.
Contudo e até agora, e em comparação com as outras equipas
rivais, eles têm sido ridiculamente bem-sucedidos.
Na primeira temporada de Guardiola à frente do comando
técnico do Barcelona FC, este fez o pleno ao ter vencido o campeonato de La Liga,
a Liga dos Campeões, e a Taça do Rei.
Nos 3 anos seguintes, venceu sempre o campeonato de La Liga,
bem como nas 3 edições da Liga dos Campeões, venceu 2.
Num total de 16 troféus possíveis, venceu 13, traduzindo-se esses
títulos, nos anos de maior sucesso da história do Barcelona.
Tudo isso se deve e muito, a Pepe Guardiola.
Não é de estranhar por isso, que Pepe Guardiola esteja
indicado mais uma vez, para o prémio; “World Manager of the Year”.
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